quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mudança de apartamento da Lê e da Carina

MUDANÇA

Viajando a velocidade da luz a vida passa mais devagar. Bem não eram exatamente essas as palavras que, na suíça de 1905, Einstein proferia na apresentação da Teoria da Relatividade. E muito menos cabe a mim tentar explicá-la, o que obviamente não conseguiria. Porém, de maneira superficial, poder-se-ia dizer que a teoria, do homenzinho da língua de fora, provou que tempo e espaço não são absolutos e dependem da relação de movimento entre os objetos. Einstein mostrou que o tempo passa mais devagar para um corpo que viaja em grande velocidade.

Nessa última semana do ano, momento em que revisamos a vida, buscamos novos sentidos, lembramos de velhos tropeços e dos nem tão velhos assim, criamos expectativas, sonhos, blogs... Cabe saber ou ao menos tentar descobrir, em que velocidade vivemos ou a que velocidade morremos. Se estamos andando a 100 km/ h de fusca ou de Ferrari e qual seria melhor. Aposto que a maioria das pessoas logo diria: óbvio que de Ferrari. Opa! Será que isso também não é relativo? Perguntem aos vovôs que arrepiavam no Fuscão 1300. E será que chegar perto do limite do velho Volkswagen não seria mais emocionante do que fazer meras cócegas no potente motor Italiano? Como saber o que é melhor? Qual a essência das escolhas?

Absoluta é a imprevisibilidade da vida. A simples mudança de apartamento pode ser a transformação ou a transposição de circunstâncias que transbordam a dimensão do novo espaço físico, pois representam os movimentos individuais e contíguos que levaram a tal mudança. Bem sabem aqueles que se dispõem a mudar de moradia, do exercício físico e psicológico que é realizado. Desde a escolha do apartamento, dos móveis, da decoração. Tudo limitado pelo tempo, dinheiro, espaço, imaginário individual e coletivo. O certo é que a incerteza, tal como o Princípio de Morte, é a razão de qualquer avanço evolutivo e deparar-se com o novo é a melhor maneira de começar um novo ano. Não é à toa que dizemos: ano novo, vida nova ou apartamento novo vida nova.

Certa vez, conversando com meu primo, que por sinal é Físico, ele afirmou que quando novas possibilidades se apresentam ficamos pequenos. Desconhecemos o novo assunto e nos sentimos pequenos. Indefesos, burros, pequenos. É nesse exato momento que nos permitimos descobrir. Somos insuficientes para nós mesmos e a dor que sentimos nos move a tentarmos descobrir mais, alcançar mais, até sermos grandes o suficiente para buscarmos novos desafios e nos sentirmos pequenos novamente.

Que nesse início de ano, sintamo-nos pequenos o suficiente para buscarmos mais. Para mudarmos de carro, de casa, de amigos, de destinos, de vida.