sábado, 7 de novembro de 2009

mistura fina


Vivemos em tempos em que já não sabemos identificar a origem e a autoria de manifestações que nos influenciam diretamente no cotidiano, como a moda e a música, por exemplo. É a era da mistura, da cópia descarada ou de uma cópia modificada a nosso modo, para ficar com ‘a nossa cara’.Buscamos nossas influências e a nossa distração naquilo que nos dá mais prazer, independentemente da origem. Ouvimos uma música cem vezes, sem conhecer o trabalho da banda que está por trás dessa música, sem saber o nome de nenhum componente da banda! O que vale é o prazer imediato, enquanto a busca do criador fica fora de questão.E essa satisfação flutuante no aqui-agora, sem o peso das referências é uma das marcas da nossa forma de viver.O sobrenome, que é a marca simbólica da nossa descendência que herdamos de nossos pais, já não é mais informação essencial para nos relacionarmos com alguém. Nossos pais e avós perguntam como é o sobrenome daquele nosso amigo, pois essa informação é valiosa para eles, e às vezes até procuram um parentesco. Mas para nós o passado e a origem dão lugar ao presente e as sensações. O que é relevante é o que esse amigo me faz sentir quando estou com ele, as coisas que fazemos juntos, se ele é divertido, se é inteligente, se usa um tênis legal, se leu aquele livro que eu amei, me mostrou uma banda nova…Na melhor das hipóteses vivemos o presente com toda a sua multiplicidade descompromissada e gozamos a vida com os sentidos que conseguimos dispor e era isso, sem mais delongas! Nos apropriamos do que mais nos agrada e assim vamos nos construindo e reconstruindo em uma subjetividade que não cessa de se transformar. Fazemos a nossa mistura sem consultar a receita!

terça-feira, 9 de junho de 2009

carinópolis


Amor da minha vida.
Alimenta minha alma de poesia,
Minha mente de sabedoria,
E meu corpo de vivacidade,
Encarna a raiz dos meus sonhos e se faz cidade.

Caminho por tuas ruas como uma criança que passeia no parque,
Entro em tuas igrejas e a calma me invade,
Cheiro tuas flores, teus canteiros de rosas,
Me pega no colo e se faz poderosa.

Toco as paredes que sustentam teus prédios,
Refugio-me em tuas marquises (tuas pérgulas, meu assedio),
Aprecio tua arquitetura, tão forte, tão bela,
A robustez que exuberante, se faz singela.

E se por vezes tenho medo, e sei que o tenho,
É por não prever o que os becos mais escuros guardam.
Mas curioso que sou, adentro aos terrenos baldios,
Me sujo de tua terra e me banho em teus rios.

Já foste-te aldeia, vila, distrito, cidade.
Hoje te torna uma metrópole inquieta.
Encheste os livros de tua biblioteca e abriste uma estrada,
E agora, uma profissão em ti faz morada.
Parabéns meu anjo.
Pela realização de um desejo que tanto quis
Agora és psicóloga,
Agora és: Carinópolis.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

perfect

depois de sofrer pelas próprias falhas
depois de pensar a sociedade
depois do show da alanis

Sometimes is never quite enough
If you're flawless, then you'll win my love
Don't forget to win first place
Don't forget to keep that smile on your face
Be a good boy
Try a little harder
You've got to measure up
And make me prouder
How long before you screw it up
How many times do I have to tell you to hurry up
With everything I do for you
The least you can do is keep quiet
Be a good girl
You've gotta try a little harder
That simply wasn't good enough
To make us proud
I'll live through you
I'll make you what I never was
If you're the best, then maybe so am I
Compared to him compared to her
I'm doing this for your own damn good
You'll make up for what I blew
What's the problem... why are you crying
Be a good boy
Push a little farther now
That wasn't fast enough
To make us happy
We'll love you just the way you are if you're perfect

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


A falta e a sobra são lajotas do mesmo piso espelhado

Que reflete nossa existência arranhada de palavras

Soma-se um ao outro
Multiplicam-se as emoções
Divide-se amor
Subtrai-se a dor
Multiplicam-se um e outro
Dividem-se as risadas
Subtraem-se os problemas
Somam-se as contas
Divide-se um de outro
Multiplicam-se as inquietações
Soma-se a solidão
Subtrai-se um do outro
Divide-se ao meio
Multiplica-se a vida